setembro 21, 2003

Trocentos documentos, CPF, RG, código de profissão, etc... Passei quase uma hora preenchendo agora. Somos números, todos nós. Números compostos com traços, barras, pontos.

Acho que não poderia ter escolhido nome melhor para o meu blog: Funny Shitty Life. Tantas coisas na vida que me impressionam, as emoções que podemos sentir em uma única semana. Tristeza, desespero, alegria, desejo, carência.

Nessa semana tive todas. Meu amor agora está numa grande agência tb, o que me deixou infinitamente feliz. Ele tem um brilhante futuro pela frente: publicitário que domina números é algo raríssimo - uma vez que, a maioria que vem pra essa profissão, foge deles (eu incluso)

Uma pessoa da minha família faleceu, depois de muito sofrimento. Felizmente (?) a passagem transcorreu sem dores, graças a generosas doses de morfina. Um grande pesar para os que ficam, pois era uma daquelas pessoas que nunca fizeram mal a ninguém. Uma vez ouvi dizer que as pessoas vivem eternamente na lembrança das pessoas - com certeza ele viverá pra sempre na de todos nós, falando alto, rindo e dizendo piadas chulas. Amém

Pensamentos mórbidos, o que é normal nessa situação. E se eu... E quando eles... E na minha hora.... . Nos últimos meses, três parentes com câncer, uma vítima fatal. Em cinco anos, oito parentes com câncer. E meu pai, que fuma muito? E o Rafa, com uma tosse que não passa? Estou preocupado. E volto a pensar espero morrer antes de todos que eu amo

Muito trabalho. Isso me faz feliz. Definitivamente nasci para a publicidade. A Madonna em Bad Girl é Atendimento, definitivamente. Anda apressada, mal chega no serviço e vem duas pessoas pentelhas atrás dela com layouts montados, fuma feito uma histérica, trabalha em todos os lugares, faz revisão de um anúncio com lupa, veste-se muito bem e é sexy pra caralho. Qual outra parte da agência poderia ser? Destinos condicionados: esse é meu vídeo favorito desde 93, será que, de alguma forma, eu me moldei para a profissão por causa disso? Definitivamente comecei a fumar por causa do vídeo.

Meus amigos que eu vi, ontem. Saudades deles, mais do que não estavam presentes mas estavam nas fotos. E a Pantera resumiu tudo em uma frase típica dela: "A gente é do caralho, aonde a gente está é festa"

Apesar de tudo (incluindo a possibilidade de ter que ir trabalhar hoje ainda) a vida vale a pena

 

setembro 14, 2003

(colocando catchup no xis galinha) "ahhh eu te amo!"

(pára, enquanto mastiga e sorri) "hein?"

"eu te amo. Estamos comemorando um ano com um cigarro aceso esperando no cinzeiro, enquanto tomamos ceva e rachamos um xis galinha. Sem frescura, nem nada, mas se quiséssemos poderiamos estar em qualquer restaurante do mundo e continuariamos sendo nós mesmos"

..

Ganhamos um presente lindo da Olga (nem sabia que se ganhava presente!)

 

"(...) Posso dizer muito mais do que palavras. Posso te demonstrar
num olhar bobo meu a te olhar, num beijo, num gesto de afeto.(...)


Um ano completado ontem, com a pessoa mais linda do mundo.

Te amo muito, tu sabe :-*******


Ps.: sim!

 

setembro 07, 2003



E eis que fui a Expointer depois de quase dez anos sem ir lá (tempo estimado). E nada mudou. As vacas ainda fedem, os bois ainda fedem, os porcos ainda fedem (ô!), as ovelhas ainda fedem, as pessoas barulhentas e suadas querendo ganhar provinha de carne de porco assada ainda fe....... enfim

É engraçado como toda a experiência me remete à infância. Duas mil pessoas por metro quadrado me empurrando de um lado pro outro enquanto eu tento pegar um release da Massey Fergunson (coleciono paper e press releases da Expointer e da já extinta Multifeira) entre um resmungo de "essa gente não tem educação" e outro... a vontade de abrir o berreiro quando entra terra no olho... o pânico quando eu me perdi da minha mãe e da minha prima (quase me encaminhei pro setor de crianças perdidas - toda criança sabe onde fica - daí lembrei que já tenho 24 anos e tomei senso do rídiculo).

E eu sinto pena dos bichos. Na boa. Você consegue ver no olhos deles a infelicidade de serem tirados de suas fazendas espaçosas para serem jogados em cúbilos dentro de galpões tão quentes que fazem do inferno um lugar delicioso para se frequentar, e ainda ter que aturar crianças gasguitas e mães histéricas ("Fulaninhooo não toca nos culhão do porco pelamordeDeeeeeus"). Acho que fazem os animais passarem por essa esperiência todos os anos para perceberem como é bom ser abatido. Depois disso os bois saem dali implorando por uma marretada no meio da cabeça.

A única novidade, depois de quase 10 anos, é que agora eu descobri COMO tem coisas legais e baratas por lá. Saí com um casaco de couro legítimo e um óculos escuros maravilhoso que custaram menos da metade do que custariam fora. Provavelemente isso sempre existiu, só que com 14 anos eu não percebia isso ainda.

Resumindo, apesar das minhas reclamações habituais, foi uma tarde com cheiro de infância. Não que a minha infância cheire a bosta de vaca, mas com certeza ela cheira a materiais impressos da John Deere, algodão doce e maçã do amor, que a gente sempre compra na saida :-)

 


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